'Coronel', aliado ao Terceiro Comando Puro (TCP), teria mandado matar jovem que se recusou a ficar com o traficante — Foto: Reprodução |
Bruno da Silva Loureiro, conhecido como Coronel, é apontado pela Polícia Civil como mandante do assassinato de Sther Barroso dos Santos. Ele seria o chefe da comunidade da Coreia, em Senador Camará, e integra a facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP).
Sther Barroso dos Santos, de 22 anos, foi brutalmente assassinada após se recusar a deixar um baile funk na comunidade da Coreia, em Senador Camará, Zona Oeste do Rio, acompanhada do traficante. De acordo com a família, a jovem não tinha qualquer envolvimento com o crime.
Ela foi espancada e abandonada sem vida na porta de casa, na Vila Aliança. Chegou a ser levada ao Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, mas já estava morta quando deu entrada.
Segundo a polícia, Coronel acumula uma extensa ficha criminal, com pelo menos 12 mandados de prisão nos últimos cinco anos, com acusações de tráfico de drogas, roubo, homicídio, porte ilegal de armas de uso restrito, receptação, roubo de veículos e lesão corporal.
Investigadores afirmam que Bruno, foragido, se escondia no Complexo da Maré, mas voltou a circular em áreas dominadas pela facção, como Vila Aliança e Coreia, na Zona Oeste, onde costuma frequentar bailes funks. O território é controlado por Rafael Alves, o Peixe, também ligado ao TCP.
Apontado como figura violenta e de grande influência dentro da facção, Coronel é descrito como alguém que usa a força para impor medo na comunidade. O crime contra Sther teria sido motivado pela recusa dela em sair do baile ao seu lado, segundo os relatos colhidos pelos investigadores.
Até o momento, não há informações sobre a prisão do traficante. A Polícia Civil mantém as diligências em andamento para confirmar a autoria e tentar localizar o criminoso.
Sther Barroso tinha 22 anos; ela chegou ao hospital já sem vida — Foto: Reprodução |
Em 2019, Bruno teve seu primeiro mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça do Rio, que recebeu a denúncia do MP contra ele e outros dois envolvidos chamados Samuel de Oliveira Gomes e Tauan Luiz dos Santos Ramos, apontados como integrantes do TCP, que domina a comunidade do Muquiço, em Honório Gurgel, Zona Norte da cidade. Os três foram acusados de homicídio duplamente qualificado, associação para o tráfico de drogas e corrupção de menores.
De acordo com a denúncia, em setembro de 2018, os acusados, junto de um adolescente, abriram fogo contra Douglas Luiz dos Santos Nascimento, que não resistiu aos ferimentos e morreu. Laudos periciais anexados ao processo confirmaram que os disparos foram a causa da morte.
O Ministério Público sustenta ainda que Samuel, Tauan e Bruno mantinham uma associação criminosa voltada ao tráfico de drogas dentro do Muquiço e que teriam envolvido o menor de idade nos crimes. O assassinato, segundo as investigações, teria sido motivado como forma de demonstrar o poder da facção na região.
O último mandado de prisão preventiva contra Bruno foi em junho do ano passado, por homicídio e organização criminosa. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou o criminoso conhecido como “Coronel”, e Luciano Matheus Silva Batista, o “Esquerdinha”, por participação em uma chacina ocorrida em março de 2021, no Parque de Madureira, Zona Norte do Rio. Segundo a denúncia, os dois, junto de um terceiro homem ainda não identificado, efetuaram disparos de arma de fogo contra cinco pessoas durante uma partida de futebol.
De acordo com as investigações, os disparos mataram Juan José Telles de Souza, o “Aleijado”, Roni Carvalho Otoni, o “Rozy”, e Ygor Ney de Oliveira, o “Nenzoca”. As outras duas vítimas, Yago Santos Silva e Emerson Lima de Souza, sobreviveram após receberem atendimento médico. O ataque teria sido motivado por disputas entre facções criminosas rivais: as vítimas estavam ligadas ao Comando Vermelho (CV), enquanto os acusados fariam parte do Terceiro Comando Puro.
Testemunhos colhidos pela polícia reforçaram os indícios contra os denunciados. Yago, uma das vítimas sobreviventes, declarou em depoimento que reconheceu “Esquerdinha” como um dos autores dos disparos. Para o MP, o crime foi planejado como forma de vingança e também de intimidação, visando consolidar o domínio territorial da facção.
Ao analisar o caso, a Justiça considerou a gravidade dos crimes e o risco à ordem pública. O juiz destacou que a ação foi realizada em uma área de lazer frequentada por moradores, evidenciando a intenção não apenas de executar rivais, mas também de espalhar medo na região. Nesse contexto, o magistrado acatou o pedido do MPRJ e decretou a prisão preventiva de Bruno da Silva Loureiro e de Luciano Matheus Silva Batista.
Não é a primeira vez que Bruno teria agido como mandante em homicídios. Em maio de 2019, Coronel foi acusado de envolvimento na morte de Wanderson Rodrigo Bezerra Mariano. Segundo a denúncia do MP, Bruno teria ordenado que Lucas Maciel Ferreira, o “Tabaquinha”, efetuasse disparos contra a vítima, que acabou morrendo.
De acordo com o processo, o crime ocorreu na Rua Cabrália, em Marechal Hermes, Zona Norte do Rio. As investigações apontam que Bruno, na condição de chefe do tráfico na Comunidade do Muquiço, teria dado a ordem e prestado auxílio necessário para o homicídio de Wanderson. O ataque teria sido motivado pelo cumprimento da chamada “lei do tráfico” e para demonstrar o poder da facção Terceiro Comando Puro (TCP) na região. O juiz responsável decidiu pela prisão preventiva de Bruno.
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